COMO A ÁGUA INTERFERE NA PRODUÇÃO DE BLOCOS E PAVERS?

COMO A ÁGUA INTERFERE NA PRODUÇÃO DE BLOCOS E PAVERS?

COMO A ÁGUA INTERFERE NA PRODUÇÃO DE BLOCOS E PAVERS?

A água é um elemento fundamental na produção de blocos e peças para pavimentação. Precisamos entender bem como ela age. Muitas vezes atribuímos à água, responsabilidades que ela não tem e não entendemos o verdadeiro papel que ela desempenha.

Neste artigo você vai entender principalmente que:

  • Há uma relação entre a massa de cimento e a massa de água;
  • O teor de água interfere na interação entre a massa e o equipamento de moldagem;
  • A resistência de uma peça e o seu acabamento são dependentes do teor de água presente na mistura.
  • É possível determinar em laboratório o teor ideal de água, mas testes de campo sempre serão necessários.

A água é uma substância única e maravilhosa. Não falo apenas do fato de que precisamos dela para existir ou ter momentos muito agradáveis de lazer.

Suas propriedades, derivadas de sua estrutura química, são muito úteis. No caso do concreto seco, no qual participa em uma pequena proporção, pode-se perceber a grande influência no desempenho. Ela interage com todos os elementos que compõem o concreto.

O cimento, que é responsável por ligar todos os componentes do concreto, precisa de pelo menos 29% da sua massa em água para ser hidratado completamente e cumprir o seu papel.  Ou seja: a cada 50 kg de cimento são necessários no mínimo 15 litros de água.  Por isso a importância da cura, para preservar a água incorporada à mistura e permitir a continuidade das reações do cimento.

Facilita a moldagem

A água funciona como um “lubrificante”, facilitando a moldagem das peças. É necessária uma quantidade adequada para que os agregados “deslizem” e se acomodem do modo mais compacto possível. A adsorve na superfície dos agregados, graças à sua bipolaridade, e forma um filme que faz com que os agregados deslize entre si.

Atua na resistência 

A água é incompressível. Dentro dos poros do concreto ela se comporta fisicamente como um agregado. Se houver água em excesso ela irá ocupar os poros do concreto, isso vai  prejudicar a compactação. Após as reações com o cimento ou a sua  evaporação, as peças ficarão mais porosas e, consequentemente, menos resistentes.

Auxilia na impermeabilidade

Quando a água é adicionada na proporção correta produz-se uma fina camada de nata na superfície da peça quando da compressão no molde, que colabora para produzir uma ótima impermeabilidade.

Confere acabamento superficial

Um bom acabamento superficial depende do teor correto de água presente na mistura. Quando em excesso pode levar à segregação dos agregados, comprometendo o acabamento.

Acima do teor ideal, pode levar ao surgimento de uma força de sucção entre as sapatas do contra-molde e as peças de concreto para pavimentação, que acabam sendo levantadas da bandeja no momento do saque.

As finas paredes dos blocos de concreto também podem sofrer um  esforço de sucção durante a remoção do molde e curvarem-se para dentro. 

Como determinar o teor adequado de água?

É possível fazer testes em laboratório e determinar o teor adequado de água, mas ele precisa ser confirmado através de um teste prático no equipamento de moldagem.

Os testes em laboratório são importantes porque permitem reduzir o número de tentativas nos testes práticos, gerando uma grande economia.

O teste prático é muito importante porque o teor de umidade da massa depende  do tipo de equipamento. Nem sempre a máquina permite a utilização do teor de água requerido. A capacidade de prensagem e vibração da máquina vai influir no teor de umidade da mistura. Na prática, ele varia de 5 a 7,5%.


Você conhece bem a sua máquina? Ou ainda não descobriu a umidade ideal? Faça os testes necessários e aumente a eficiência do seu processo.


Esse artigo é uma contribuição do Professor  Julio C. Filla para o blog da WM Máquinas. Instagram: @julio_filla | Linkedin | Whatsapp: (43) 99966-1966

Sobre o autor

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Ele iniciou sua formação acadêmica em 1984 com Bacharelado e Licenciatura em Ciências Biológicas, seguido por Engenharia Civil em 1987. Com vasta experiência em vendas técnicas na Cimento Cauê por 10 anos, também ministrou cursos e palestras em concreto. Possui pós-graduações em Marketing e Gestão da Qualidade. Na Plaenge Empreendimentos, atuou na área comercial. Hoje, é consultor em concreto e docente na UNIFIL, promovendo integração entre academia e mercado. Concluiu mestrado em Engenharia em 2011.

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