Neste artigo você verá que:
- Existe um tamanho limite para os agregados a serem utilizados na produção de bloco e pavers;
- A forma dos agregados e a sua dureza exercem grande influência no traço;
- O teor de agregados graúdos deve ser estudado com cautela. Está ligado ao tipo de equipamento disponível.
A primeira preocupação que a maioria das pessoas tem ao pensar em implantar uma fábrica de blocos ou pavers é com relação ao custo dos equipamentos. Não está errado começar por ai, mas não deveria ser a primeira questão a ser tratada.
Evidentemente, o tipo de equipamento e os periféricos que ele necessita, vão gerar um determinado custo que pode estar acima do que se pretende investir. Por isso é uma preocupação justa.
Você pode adiar a sua decisão até levantar o montante necessário ou começar com um equipamento mais simples e ir evoluindo com o passar do tempo. Sem problemas quanto a isso.
O que deveria te chamar a atenção num primeiro momento é se há material adequado para você utilizar na produção. Pode ser que haja ou não. Pode ser que não seja economicamente viável.
Por isso, começar a investigar a existência de agregados inicialmente faz todo sentido. Há algumas peculiaridades sobre os agregados graúdos que às vezes não são consideradas nesta pesquisa. Vamos apresentar quatro delas:
O tamanho dos agregados graúdos tem um limite
Na prática, os agregados graúdos utilizados na fabricação de blocos possuem um tamanho máximo. Para fabricar pavers, é de 12 mm e para fabricar blocos é 10 mm.
No caso dos blocos, é menor porque as paredes são mais finas. Usualmente, para facilitar a logística, reduzindo espaço de armazenamento, e para prevenir danos aos moldes costuma-se utilizar agregados graúdos com dimensão máxima de 9,5 mm em ambas as peças.
A forma dos agregados graúdos é muito importante
Selecione os agregados graúdos que tenham formato mais próximo de um cubo. Isso vai facilitar a montagem do chamado “esqueleto granular” do concreto. Quanto melhor estruturado for este esqueleto, mais resistente será o bloco e o paver.
Este detalhe é importante porque, quanto menor o agregado, mais ele tende a ser “laminar” ou seja, achatado e alongado. Isso não é bom. Dificulta a compactação da massa e pode provocar a retenção de ar ou água sob ele.
A dureza dos agregados interfere na durabilidade dos moldes
Você já deve ter ouvido falar da famosa Escala de Mohs. Começa com o talco e termina com o diamante. Quanto mais você sobe na escala mais duro será o material. A dureza do agregado depende da natureza da rocha da qual ele é extraído.
As rochas magmáticas são mais duras que as metamórficas e estas por suas vez são mais duras que as sedimentares. O basalto, por exemplo, possui uma dureza de 6,5 em uma escala que vai até 10.
A dureza dos agregados graúdos está diretamente relacionada à durabilidade dos moldes. Quanto mais duros os agregados (como os agregados de origem basáltica) maior o desgaste, menor a vida útil e, portanto, menor o número de ciclos para que ele fique “desbitolado”.
Então, na hora de comprar os moldes para sua vibroprensa, lembre-se disso ao estimar a vida útil das suas formas.
Quanto maior o teor de agregados graúdos mais rígida fica a massa
Quanto maior o teor de agregado graúdo, mais rígido será o “esqueleto granular” e maior deverá ser o poder de compressão do equipamento. Isso significa que equipamentos de menor compressão não podem utilizar massas com teor elevado de agregados graúdos, pois ficam muito difíceis de prensar.
O traço deve estar ajustado ao equipamento, por isso, é comum as peças não alcançarem o desempenho necessário. A massa pode estar muito rígida e a máquina não consegue eliminar todos os vazios. Quanto maior a quantidade de vazios, menor a resistência.
Lembre-se destas dicas no momento de escolher os agregados. Vai fazer diferença no seu processo como um todo.
Esse artigo é uma contribuição do Professor Julio C. Filla para o blog da WM Máquinas. Instagram: @julio_filla | Linkedin | Whatsapp: (43) 99966-1966