AUMENTANDO A PRODUÇÃO E REDUZINDO OS CUSTOS DA PRODUÇÃO DE BLOCOS DE CONCRETO – PARTE 4 – SUA PRODUÇÃO ESTÁ REDONDINHA?

AUMENTANDO A PRODUÇÃO E REDUZINDO OS CUSTOS DA PRODUÇÃO DE BLOCOS DE CONCRETO – PARTE 4 – SUA PRODUÇÃO ESTÁ REDONDINHA?

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Ganhando tempo… veja um breve resumo do que trata este artigo.

Sua produção deveria esta redonda…

  • O sonho de uma produção redondinha se conquista com muito trabalho;
  • Resolva em primeiro lugar os problemas básicos de qualidade (resistência; absorção, acabamento, etc);
  • Estabilize os 4Ms da produção: Mão de obra, método, máquina, material;
  • Estabilizada a produção comece a fazer medidas de produtividade e desempenho;
  • Estabeleça um padrão para cada etapa do processo e para o processo em geral.

 Eu creio que a grande maioria dos empresários do ramo de blocos de concreto tem um sonho.

É um sonho de certo modo simples: chegar à fábrica, encontrar todos os colaboradores presentes, animados e se preparando para mais um dia de trabalho; as baias cheias de agregados, o cimento estocado corretamente, as máquinas afinadas para trabalhar o dia todo sem interrupção, tudo pronto para um dia perfeito de trabalho.

Você me pergunta:

– É possível chegar nesse nível?

Eu respondo:

-Sim, é possível, claro que é.

-Mas não vai cair do céu. Você terá que conquistar este patamar de produção.

A proposta deste artigo é dar algumas ideias de como você pode alcançar a tão desejada “estabilidade“ de produção. Como fazer a sua fábrica rodar direitinho, tirar o melhor dela.

Os japoneses tem uma palavra para descrever a sua fábrica quando ela roda “quadrada”, ou seja, com ritmo irregular. Eles chamam isso de “MURA”, que é falta de regularidade ou flutuação na produção.

Um dia você produz “X” m² de paver, no dia seguinte “2\3 X”, no outro dia “X”, no outro acontece alguma coisa e a produção cai para “1\4X”. Isso é MURA. Temos que fugir dela.

A base de um processo que reduz desperdícios e gera economia é a estabilidade da produção.

Depois que os problemas básicos de qualidade foram resolvidos, por exemplo, atingir a resistência, a textura, a geometria das peças, é necessário estabilizar 4 elementos que interagem entre si o tempo todo.

São chamados de “os 4 Ms da estabilidade”, veja a figura 1.

FIGURA 1 – Os 4 Ms da estabilidade de produção

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Para deixar bem claro do que se trata cada um desses “Ms” em uma fábrica de blocos eu vou dar alguns exemplos:

  • MÃO DE OBRA
    • Controlar o absenteísmo;
    • Treinar os colaboradores a seguir os procedimentos;
    • Obter a colaboração para identificar os problemas;
  • MÉTODO
    • Estabelecer a forma de receber e preservar os agregados;
    • Definir o processo de cura;
    • Modo de paletização
  • MÁQUINA
    • Definir uma periodicidade razoável para manutenção das vibro-prensas;
    • Efetuar a limpeza e pequenos ajustes das vibro-prensas ao final do dia;
  • MATERIAL
    • Definir os agregados a serem utilizados;
    • Garantir o fornecimento constante de cimento;

Depois que se obtiver a estabilidade no processo, nestes 4 Ms, é possível fazer medições de produtividade e desempenho do processo.

A partir destas avaliações pode-se implementar melhorias para reduzir custos e aumentar a produtividade. A estabilidade é a base para se obter melhoria (Kaisen, em japonês). É o ponto de partida.

Em alguns momentos para estabilizar a produção é necessário tomar algumas medidas que não são “enxutas” por assim dizer, tipo: aumentar o estoque de algum material, contratar mais mão de obra que o necessário, fazer horas extras, etc.

Essas medidas nos dão tempo para encontrar o problema que levou ao desequilíbrio da produção e resolvê-lo de fato. Não se deve recorrer a estes subterfúgios o tempo todo.

Um sistema estável precisa de um “padrão” de funcionamento. Muitas pessoas são contrárias à adoção de padrões. Porque eles parecem “engessar” o processo.

Em um sistema enxuto o padrão é fundamental e tem um significado muito diferente do que imaginamos.

Ele é simplesmente uma base de comparação, uma maneira de tornar clara a condição fora de padrão – para que possamos tomar contramedidas. Só isso.

Um padrão é uma imagem clara de uma condição que se deseja. Os padrões tornam as anormalidades imediatamente visíveis para que ações corretivas possam ser tomadas.

Ao contrário do que se imagina, um padrão deve ser claro, simples e visual.

Por exemplo: você precisa de um padrão visual do tipo de agregado que você utiliza. Quando uma nova remessa chegar, o funcionário poderá fazer uma comparação direta entre a amostra disponível e o material na caçamba do caminhão.

Isso nos leva ao assunto do próximo artigo: gerenciamento visual e o sistema 5S

Até breve.

Sobre o autor

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Ele iniciou sua formação acadêmica em 1984 com Bacharelado e Licenciatura em Ciências Biológicas, seguido por Engenharia Civil em 1987. Com vasta experiência em vendas técnicas na Cimento Cauê por 10 anos, também ministrou cursos e palestras em concreto. Possui pós-graduações em Marketing e Gestão da Qualidade. Na Plaenge Empreendimentos, atuou na área comercial. Hoje, é consultor em concreto e docente na UNIFIL, promovendo integração entre academia e mercado. Concluiu mestrado em Engenharia em 2011.

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